Sarau de encerramento da Semana do Livro e da Leitura

Apesar do mau tempo, muitos foram os que aceitaram o nosso convite para o encerramento da Semana do Livro e da Leitura. Pais, encarregados de educação e restante comunidade educativa assistiram à participação do Clube de Teatro com “Na Primeira Pessoa” .

Um a um, os escritores e as personagens saíram de dentro do livro e presentearam-nos com excertos das suas obras. Fernando Pessoa, Eça de Queirós, Almeida Garrett, Florbela Espanca, Luís de Camões, Sophia de Mello Breyner Andresen, o Capuchinho Vermelho, a Branca de Neve, Cruela Devil, A Bela Adormecida, D. Quixote e Sancho Pança marcaram presença e demonstraram que, na construção do “eu” e na formação da personalidade, as influências várias das leituras promovem o sonho e a viagem, confluências inéditas e inesperadas, mas indeléveis, essenciais, ao ser, essenciais à vida.

Porque a leitura também passa pela expressão corporal e pela dança, os bailarinos Diana Roque e Rui Cadima, da Escola de Dança Afriklave, contaram-nos a história de “A Bela e o Monstro” em pontas, comprovando, uma vez mais, a interacção permanente entre as diferentes manifestações artísticas, que tão bem se conjugam e se completam, perfazendo momentos leves, porém profundos, onde a beleza se alia ao sentimento.

A Associação de Pais aliou-se à causa da promoção da leitura com palavras bem escolhidas sobre a sua importância e sobre a relevância da família no acompanhamento dos jovens e na fomentação do gosto pelos livros, terminando a intervenção com a leitura de um poema.

Os Contadores de Histórias, José Craveiro e Ana Lage, animaram a restante noite com histórias divertidas. Os contos que os mais velhos fizeram chegar até nós através da tradição oral, mais uma vez se fizeram escutar e relembrar…

Contando por gestos: Hora do Conto com Língua Gestual

A Hora do Conto desta semana foi diferente. Integrado nas actividades da Semana do Livro e da Leitura, a Biblioteca Escolar convidou uma intérprete da Escola Superior de Educação, de Coimbra para falar aos alunos da língua gestual e acompanhar a leitura do conto de Luísa Ducla Soares, “Meio Galo”, com gestos.

De acordo com a nossa convidada, Ana Cláudia Nogueira, a língua gestual portuguesa (LGP) pertence à comunidade surda e é uma língua visual, onde a expressão facial e corporal é muito importante e tem características linguísticas próprias.

Exemplificando sempre com gestos muito fáceis de “ler”, a intérprete falou um pouco da história desta língua e das dificuldades que os surdos enfrentam no dia-a-dia e nas soluções que existem para poderem comunicar.

A professora Luísa iniciou então a leitura do conto “Meio Galo”, mas foi a intérprete que ocupou o lugar central. Atentos aos gestos, os alunos iam “lendo” a história, identificando facilmente gestos que se repetiam. No final ainda aprenderam a dizer “obrigado” em língua gestual portuguesa.

Uma leitura diferente...

Ler + com sotaque

Mais uma vez tivemos o grato prazer de desfrutar da forma única de Ler+ com sotaque de Luis Mascarenhas Gaivão.

Pelas 14 horas, os alunos do 9º Ano acompanharam o ex-professor da nossa Escola pelos países da Lusofonia para escutar poemas subordinados ao Amor.

A viagem começou por Angola, com “Meu amor da rua onze”, de Aires de Almeida Santos. Seguiu-se o Brasil, com “Arte de amar” de Manuel Bandeira, Cabo Verde com “Força de cretcheu” de Eugénio Tavares, Guiné-Bissau com “Imerecimento” de Tony Tcheka. De Moçambique escutámos o poema “Xicuembo” de Rui Nogar e de Portugal a escolha recaiu sobre “Ser poeta”, de Florbela Espanca.

A viagem chegava ao fim, entre leituras com o sotaque apropriado de quem conhece bem as terras africanas e poemas musicados, mais ou menos conhecidos e terminou com uma passagem por São Tomé e Príncipe, com o poema “A negra” de Caetano da Costa Alegre e, por fim, “Linha de rumo” de Rui Cinatti.

Ler + com sotaque foi, uma vez mais, um momento enriquecedor pois trouxe um cheirinho às terras da lusofonia para a nossa Biblioteca, acompanhado com algumas explicações históricas e culturais dos países, que muitos já se esqueceram, têm a nossa influência.

Respirar Poesia

No dia 2 de Março, pelas 9.30 os alunos da EB1 da Carapinheira e da Torre tiveram a oportunidade de “Respirar Poesia”.

José António Franco, autor de Versos de Respirar foi recebido com uma dramatização do poema “eram sete bruxas”. Perante um grupo de alunos que conhecia muito bem os seus poemas, alguns até de cor, o poeta falou da importância da leitura, de amar a língua e aprender a ler bem, em voz alta. Para isso é necessário saber respirar…, fazer exercícios para aprender a dizer bem as sílabas, de dizer as palavras com sonoridade.

Acompanhado com os alunos, ao ritmo de estalinhos de dedos, José António Franco leu vários poemas, com a respiração correcta. Em conjunto treinaram a respiração pois para uma boa leitura é fundamental ter bom fôlego. Em cada poema, os alunos e professores saborearam as vogais, a sonoridade das palavras que em muitos casos transmitiam musicalidade, lembrando uma leitura cantarolada e até surgiu, de improviso um rap com o “Hermenegildo finório”.

A segunda sessão realizou-se na BE da Escola Sede, com mais um grupo de alunos da Carapinheira e da Ribeira dos Moinhos. Curiosos, fizeram muitas perguntas ao convidado, leram alguns poemas e escutaram muitos outros.

“Não tenham pressa de chegar ao fim. O sabor das palavras é como a polpa da fruta madura a escorrer… há que saborear cada bocadinho!”, foi o conselho que o poeta deixou, neste dia de celebração da alegria de respirar.

Voluntariado de Leitura

Integrado nas actividades da Semana do Livro e da Leitura, realizou-se hoje, dia 1 de Março a assinatura do compromisso de voluntariado, na Biblioteca Escolar da EB 1 da Carapinheira.

A actividade começou com uma singela homenagem à professora aposentada D. Floripes, que há vários anos presta voluntariado naquela Biblioteca e que dá o seu melhor contributo para a promoção da leitura. De uma forma natural, os alunos dramatizaram uma manhã na Biblioteca, cabendo a uma aluna o papel principal: o da D. Floripes. Devidamente caracterizada, a pequena actriz não se esqueceu de qualquer pormenor, gesto, pergunta ou aviso que a professora habitualmente faz. Surpresa, a professora homenageada assistia à dramatização: “Aquela sou eu!”, dizia com encanto.

Seguiram-se algumas palavras de reconhecimento do trabalho meritória da professora Floripes em prol da promoção da leitura. Tomaram a palavra a professora aposentada Elisete que também irá dar o seu contributo voluntário a esta Biblioteca, a Professora Bibliotecária, Susana Branco, a Professora Isabel Lourenço, da Direcção da Escola, bem como o Coordenador de Estabelecimento, Professor António João Cavaleiro, a Bibliotecária Municipal, Drª. Marta Gonçalves e o representante da Câmara Municipal, Professor Carlos Alberto Sousa.

Chegado o momento mais formal, as duas voluntárias assinaram o compromisso de voluntário, baseado no Programa de Voluntário da Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado.

Apoiado pelo Plano Nacional de Leitura, o voluntariado da leitura é um importante contributo para o desenvolvimento do gosto de ler e de ouvir ler e vai ser, já é, uma grande festa!!

Workshop sobre a ilustração do Livro “Versos de Respirar”, de José Franco, ilustrado por André Caetano

No dia 23 de Fevereiro, o jovem ilustrador André Caetano esteve presente no nosso Agrupamento, na companhia dos alunos mais novos.

No período da manhã, foi recebido com muito entusiasmo pelos alunos do 4º ano da EB1 da Carapinheira e EB1 da Torre e, um pouco mais tarde, na sede do Agrupamento com a turma do 4º ano e os alunos da Ribeira dos Moinhos.

André Caetano, um pouco timidamente, começou por explicar aos meninos as diversas etapas por que passa a ilustração de um livro. Assim, informou que antes de tudo, o ilustrador tem que ter acesso ao texto que vai ilustrar, começando por ler a história com muita atenção, estudar os pormenores que ela encerra, perceber a mensagem que se quer passar. Por exemplo, no livro “Versos de Respirar”, de José Franco, que André Caetano ilustrou, como se trata de um livro onde a presença dos animais é uma constante, André confessou ter sentido necessidade de observar muito bem animais como a galinha, o caracol, o “jerico”, enfim… de modo a poder apreender características específicas que o ajudassem a retratar o mais fielmente possível o que tem que desenhar.

É nesta fase que o ilustrador começa por “rascunhar” alguns desenhos, numa sebenta pequenina, que, à primeira vista, não têm qualquer semelhança com o produto final. De seguida, elabora novos esboços, agora mais precisos, em tamanho pequeno, que mostra ao autor da história para, em conjunto, decidirem se o trabalho vai ao encontro da ideia de cada um. Mais tarde, desenha já algo muito parecido ao desenho final. Até que chega à fase final do seu trabalho … desenhos espectaculares, feitos a tinta da china que, depois de aprovados pelo escritor, são passados para o computador e aqui trabalhados. É com uma mesa de trabalho ligada ao computador que André Caetano pinta os seus desenhos que irão ser aqueles que nós, leitores, teremos oportunidade de apreciar quando folheamos, calmamente, um livro.

Feita esta apresentação, desde o conhecimento da história até à ilustração final, André deliciou os meninos ao vê-lo desenhar e pintar no computador, ao mesmo tempo que iam colocando algumas questões às quais André respondia, pacientemente.

No final, André Caetano autografou de forma “sui generis” os livros adquiridos pelos alunos e professores: o leitor escolhia a personagem que mais gostava e o ilustrador desenhou-a, rapidamente, e autografou-a.

Mais uma experiência que certamente ficará na memória dos alunos!